Domingo, 19 de julho de 2009. Não, isso não é uma carta. Apenas para registrar o que uma editoria de Cultura deve fazer: sentir o ambiente da arte, sentir as pessoas que fazem a arte. Esta foi a tarefa que me dei num domingo aparentemente morto, sem muitos atrativos.
Conhecem o bairro São Marcos? Próximo à avenida José Cândido da Silveira, caminho para Sabará, relíquia história. Neste lugar com cara de periferia, por ficar entre bairros considerados nobres, como Cidade Nova e Silveira, há o fino do samba em BH. Chama-se Quintal da Divina Luz.
Não é um templo, com acomodações confortáveis, lugares marcados. É um buraco, literalmente. Uma casa cujo dono, Serginho, cede o espaço para tocar o projeto “Eu toco Samba” em seu terreno. São pelo menos 10 músicos que praticam o que não se vê no circuito zona sul da capital. Uma verdadeira manifestação cultural com ambiente verdadeiramente aconchegante para quem vê na periferia um lugar inóspito, violento e sem qualquer charme. Que engano!
Todos os que lá estão querem ouvir a música de compositores e mestres do samba mineiro que nem sequer nos damos ao trabalho de conhecer, por mera preguiça e preconceito. Coisas de nossa mente pautada por grandes hits de massa que jogam em nossas vidas como as grandes produções milionárias de cinema, música e tudo que for uma mega marca para ser vendida.
Quando saí de lá do Quintal, na rua Maria Aparecida, coração do São Marcos, de volta à minha casa, percebi que não posso, de forma alguma, como colaborador desta empreitada, abdicar de conhecer e entender qualquer manifestação cultural que visa à união e à coisa mais banal e importante do mundo: interação humana.
Fica meu convite, não só a conhecer o Quintal da Divina Luz, o Serginho, o Mestre Affonso (que já dirigiu a Mangueira, no Rio), mas a conhecer todas as formas de produção cultural que este site tentará cobrir quando for ao ar.
Caro leitor, seja muito bem-vindo a esta odisseia multicultural que decidimos encarar. Abraço.
Anderson Gonçalves
Editor de Opinião da Revista Digital Sem Fronteiras
– Interaja com a revista por meio das redes sociais (clique aqui) ou através do seu comentário. E confira outros detalhes sobre samba em BH no post “No Quintal da aceitação, a divina luz do samba enche os corações de alegria“, no Ocê no Samba.
Interessante!
Isso sim é a verdadeira essência da cultura de um Blog. Pontuar mundialmente uma acontecimento local. Agora, o sueco, que se esforça para aprender português, quando vier a Minas através do intercâmbio da UFMG, poderá ter a oportunidade de conhecer o verdadeiro samba. Vou agendar minha ida ao Quintal da Divina Luz. Viva a Internet.
Opa chefe!
Um dia me leva neste Quintal?
Depois do seu emocionado depoimento fiquei mais curiosa sobre o lugar.
Beeijos.
Bacana!
Só discordo num ponto: “bairros considerados nobres como Cidade Nova, Silveira”. Cidade Nova e Silveira são beeeem classe média. Bairro nobre é Sion, Lourdes e por aí vai!
Tem razão Natália. Fui levado pela discrepância econômica que há entre esses bairros. Mas, fica o convite para conhecer a roda no São Marcos, mesmo se não for apreciadora de samba.
Muito bacana!!!!
Sou sua fã nº 1, vc sabe né?
Que bom Quero mesmo que dê certo e conto com sua leitura.
Como funciona ? qual horario certo e dia? detalhes?
Caro Vinicius, se quiser saber sobre o local é o seguinte: funciona todo domingo, no bairro São Marcos, que fica próximo da avenida José Cândido da Silveira, na rua Maria Aparecida. Chama-se Quintal Divina Luz. Lá começa umas 15 h e vai até 21:30. Abraços.